Mas o fruto do Espírito é: amor. Gálatas 5:22
“Bem que eu gostaria que eles fossem embora”, pensou Edith Hugoniot, enquanto fazia a limpeza após o desjejum. “Estou cansada desses 30 pares de olhos observando tudo o que faço.”
Os olhos pertenciam ao povo Taru, em Santpur, Índia, onde Edith morava numa casa de barro de dois cômodos e cobertura de palha.
Ela e seu esposo eram tradutores da Bíblia, e tinham vindo para partilhar as boas-novas do amor de Deus.
– Olhe só todas as panelas que eles têm – comentou uma das crianças, olhando pela porta aberta.
– Sim – concordou outra. – Olhe todas as coisas que eles têm!
Edith tentou não demonstrar o quanto ficava ressentida com aqueles comentários. “Nós não temos mais coisas”, pensava ela. “Só temos coisas diferentes.”
Depois que a casa ficou limpa, Edith chamou seus dois filhos pequenos, Kenny e David, para uma caminhada. Mas, naturalmente, aqueles olhos que tinham pés foram atrás deles, formando um desfile atrás de Kenny.
Kenny parou.
– Mamãe, será que essas crianças precisam seguir-nos por toda parte? – perguntou ele.
Edith orou enquanto pensava na resposta. Não queria passar para os meninos os seus próprios sentimentos.
– Você sabe, Kenny – disse ela por fim –, quando Jesus viveu aqui na Terra, havia sempre uma multidão atrás dEle. Nem uma única vez
Ele ordenou que as pessoas fossem embora. Simplesmente as amava.
Satisfeitos, os meninos continuaram a caminhada, mas Edith ainda se sentia aborrecida com a situação. Mais tarde, sozinha no quarto, fechou a cortina para que ninguém pudesse ver lá dentro. Depois deitou-se na cama e chorou.
“Senhor”, orou Edith, “não consigo amar essas pessoas. Para falar a verdade, mal consigo tolerar a maneira como ficam olhando para nós.
Sei que desejas que mostremos o Teu amor a elas, mas simplesmente não consigo.”
Então, numa voz mansa e suave, Deus falou com ela. “‘O fruto do Espírito é amor.’ Os frutos levam tempo para crescer.”
Por estar disposta, com o tempo Edith sentiu que crescia dentro de seu coração o amor pelo povo Taru.
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