Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos. Romanos 10:12
Todos ficaram olhando enquanto Jeanne Wakatsuki entrava na sala do sétimo ano. Jeanne sorriu. “Espero que gostem de mim”, pensou ela, enquanto olhava timidamente em torno da sala.
Ninguém sorriu para ela. Ninguém conversou com ela durante o recreio. Ficou sozinha, esperando que alguém a convidasse para fazer parte de algum grupo. Ninguém a convidou. “Por que será que ninguém conversa comigo?” pensou ela. Naquela tarde, Jeanne descobriu por quê.
Aconteceu durante a hora de leitura.
– Por favor, leia a página seguinte, Jeanne – disse a professora.
Todos se viraram para olhar enquanto ela lia. Jeanne leu claramente, sem cometer erros.
Nadine, a menina que sentava na frente de Jeanne, virou-se e cochichou:
– Eu não sabia que você falava inglês!
Jeanne sorriu também, mas lá no íntimo começou a entender o que era ser a única japonesa na classe. Sentiu-se rejeitada, desprezada.
Não era bom ser vista como estrangeira, alguém diferente, alguém que não tinha a ver com aquele grupo.
Jeanne decidiu esforçar-se ainda mais para ser aceita. Tornou-se ótima aluna e uma estrela no atletismo. Colaborava com o jornal e o anuário da escola. Era bondosa, prestativa e amiga para com todos.
Nadine, sua melhor amiga, pertencia ao clube das escoteiras. “Como eu queria que Nadine me convidasse para o clube também!” pensava Jeanne. Mas Nadine jamais a convidou. Assim, Jeanne decidiu puxar o assunto.
– Eu gostaria de fazer parte do clube de escoteiras – disse ela. – Será que posso?
O rosto amigo de Nadine enrugou-se.
– Não sei. Mas vamos descobrir. Minha mãe é diretora-associada.
No dia seguinte, ela relatou:
– Jeanne, minha mãe disse que não. Sinto muito.
– Tudo bem – respondeu Jeanne com um sorriso. Mas lá dentro ela se sentia zangada e magoada. Havia pensado que Nadine era sua amiga. Por que as pessoas precisavam afastá-la, só porque era de uma etnia, nacionalidade e cultura diferentes?
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