O perfeito amor lança fora o medo. 1 João 4:18
Don Bartlett não podia evitar que as pessoas tivessem medo dele. Nascera com apenas a metade do nariz, não tinha o lábio superior e ainda possuía o céu da boca partido. Ninguém conseguia entender o que ele falava. Além disso, era índio e nascera numa família que não tinha dinheiro para ajudá-lo.
Seus colegas de escola demonstravam medo, recusando-se a brincar com ele no recreio. Procuravam afastá-lo com insultos: “Nariz chato, nariz chato, você não sabe falar!” ou então “Índio malcheiroso” ou “Pato Donald, diga quac, quac”.
Os professores também pareciam temê-lo. Um dia, ele ouviu um professor dizer:
– Por que o diretor o colocou justamente na minha sala?
– Também não o quero na minha! – respondeu outro.
“Eu anelava por alguém que fosse meu amigo, me aceitasse, me amasse e me ajudasse a aprender a falar!” dizia Don acerca do seu tempo de infância.
Então, um dia, uma senhora culta, que morava numa bela casa, mandou chamá-lo.
– Quero que você lave meu carro – disse ela com um sorriso que revelava receptividade.
Don ficou ali parado, sem fala, e sem saber o que fazer. “Eu nunca tinha feito aquilo”, conta ele. “Nem mesmo sabia que saía água de uma torneira.”
A senhora entendeu. Ela tomou Don gentilmente pela mão e levou-o até à torneira, mostrando-lhe como fazer. Mais uma vez, colocou a mão sobre a dele e lhe mostrou como lavar o carro.
“Não sei descrever exatamente o que senti quando ela me tocou a mão”, diz Don. “Ela me aceitava. Entrou em minha vida solitária.”
A nova amiga de Don continuou a ajudá-lo. Ensinou-o a falar. Quando necessário, colocava os dedos dela na boca de Don para mostrar-lhe como mexer a língua. Devido ao incentivo que ela lhe dava, Don continuou os estudos. Concluiu o curso universitário com o título de Doutor em Filosofia. Acabou tornando-se um conhecido orador, na área das necessidades dos deficientes.
Onde quer que se apresente, Don Bartlett conta da senhora que não teve medo de aceitá-lo, a despeito de sua deficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário